quinta-feira, 30 de março de 2017

História da BSA

O último post foi sobre uma marca do Reino Unido e já que estamos em terras de Sua Magestade por cá vamos continuar e falar um pouco sobre a história da BSA - Birmingham Small Arms Company Limited.
A empresa foi fundada a 7 de junho de 1861 na cidade de Birmingham obviamente e nasceu como fábrica de armas de fogo e para fazer frente à mesma indústria já mecanizada da cidade de Enfield.
Em Birmingham havia na altura excelentes mestres armeiros e foi devido à associação de 14 destes mestres que foi possível adquirir um terreno com cerca de 10 hectares onde se construi a fábrica e uma estrada até ela que ainda hoje tem o nome que lhe foi atribuído na altura, Armory Road, o primeiro presidente da marca foi J D Goodman até 1900, não demorou muito para que a BSA começasse a crescer a olhos vistos, os conflitos políticos na Europa encarregaram-se de dar a ajuda necessária, as encomendas começaram a suceder-ser em catadupa e a empresa cresceu de tal forma que rapidamente alargou a atividade a vários ramos da metalurgia, desde o fabrico de chássis para automóveis através da Daimler, construiu máquinas e ferramentas, bicicletas, motos, neste caso não só as BSA mas também adquirindo outras marcas como a Ariel, Norton, Sumbeam, Villiers e até a Triumph, chegou mesmo a possuir uma fundição e talvez daí tenha retirado os ensinamentos para produzir canos de altíssima qualidade.
No final da Primeira Guerra Mundial a BSA era o maior construtor europeu de armas de fogo ligeiras e uma das mais importantes marcas do UK.
A marca passou no entanto por muitos altos e baixos, um pouco ao sabor dos conflitos bélicos existentes na Europa na primeira metade do século passado, ora exportando, ora contribuindo arduamente para o esforço de guerra sendo a marca que mais contribuio no fabrico de carabinas e metralhadoras para a coroa britânica.
A BSA tem uma história enorme devido sobretudo à dimensão que conseguiu alcançar, obviamente que aqui apenas nos interessam as armas de ar comprimido e não vale a pena falar dos outros tipos de indústrias da marca, no entanto devido ao pouco peso que as armas de ar comprimido tiveram na BSA não é fácil encontrar informação pelo que vou limitar-me a mostrar algumas armas da marca, no entanto como é sabido a Gamo adquiriu os direitos de fabrico das armas de ar comprimido em 1986 mantendo a produção em Armory Road e logo cinco anos após fabricou a primeira arma de ar de repetição, a Goldstar, em 2002 a BSA assume a distribuição da Gamo no Reino Unido.
Neste momento a BSA não é certamente no ar comprimido uma marca de top embora continue a fabricar armas e canos de boa qualidade, a R10 será hoje em dia o expoente máximo da marca.



1905 começou a fabricar o Mod. B com patente de Lincoln Jeffrey, uma carabina de mola de cano fixo underlever que dispara esferas calibre 4,5 e 5,5


Com ajuste de gatilho

 Sistema de mira aberta

Ou Sistema de dióptro

 A Airsporter

 Cano Fixo com alavanca por baixo da ação

A Goldstar 

E o seu sistema de magazine


A Ponta de lança da marca nos dias de hoje, a PCP R10











segunda-feira, 6 de março de 2017

História da Whiscombe

Agora que que já contei a história da maior marca mundial de armas de ar comprimido e que tal se contasse a história daquela que eu saiba é a menor marca mundialmente conhecida? Por ser uma marca praticamente desconhecida aproveito e falo também das características das suas armas.
Nem todos conhecem, tenho a certeza que, também não é para menos, só  quatrocentas e poucas é que se fabricaram perdão, construiram, estas preciosidades foram todas construidas à mão numa garagem onde apenas cabe um carro, digo foram porque já não se fazem mais, o seu construtor John Wisconbe já arrumou as botas e agora vive dos rendimentos.
A Whiscombe nasceu no UK em Thatcham e produziram-se entre 1987 e 2007 sendo que as útimas encomendas se fizeram até 2003 ano em que a pagina oficial da marca deixou de ser atualizada, pensa-se que só nos EUA estejam cerca de 280 armas.
O nome da marca vem do nome do construtor, John Whiscombe daí os modelos começarem pelas iniciais JW seguidos de números, números esses que nos dizem a distância em milimetros que os dois pistões têm de afastamento quando arma se encontra pronta para o dispáro, quanto mais afastados maior é a camara de ar entre eles o que dá maior potencia às armas.
Estas armas têm dois pistões mas não façam confusão com o sistema GISS da Diana, neste caso os pistões movem-se precisamente de forma oposta aos da Diana, enquato os da marca germânica se afastam um do outro anulando dessa forma o recuo, neste caso concreto quando a arma é disparada eles juntam-se como duas mãos a bater palmas e por isso se uma destas armas for disparada a seco já era, os pistões colidem um com o outro por não existir uma almofada de ar que evite o choque. Se por um lado não se podem disparar estas armas a seco também não se podem carregar antes de armar o que provocaria vacuo entre os embolos, digamos que estes Rolls Royces das armas de ar comprimido terão de ser operados conforme as especificações do construtor e apenas dessa forma.
As Whiscombe são conhecidas por serem springers com recuo e precisão ao nível das PCP, a panóplia tecnológica é tal que ao adquirir uma destas maravilhas é como se se estivesse a adquirir várias armas de diversos calibres e diversas potencias, no Kit vêm com canos intercambiaveis em calibres .177, .20, .22 e .25 que não são nem mais nem menos, do que canos Anschutz premium, junto com os canos vêm também as ponteiras que servem para calibrar o efeito harmónio dos canos o sistema HOTS ( Harmonic Optimized Tuning System), como se não bastasse, o kit é também composto por Transfer ports de vários diâmetros para que seja possível regular a potencia pretendida, a ausência do transfer port dá à arma a sua máxima potencia.
Algumas Whiscombe têm também outra particularidade, ao mesmo tempo que são underlever (alavanva por baixo da arma), são também brack barrel (cano articulado) e atuadas como as Pump ou seja, têm uma alavanca inferior que nos dois modelos mais potentes terá de ser acionada três vezes (mais uma que nos modelos menos potentes) para que arma fique armada, (menos acionamentos não confere menos potencia, simplesmente os pistões não fazem o curso total o que as impede de armar o gatilho que também tem total afinação) o cano é basculado apenas para municiar a arma.  
Os modelos conhecidos são os JW50 - JW55 - JW65 - JW75 e JW80, podem haver mais mas que eu não encontrei nas informações que encontrei sobre a marca, sei apenas que o modelo JW80, o mais potente consegue dispáros com uma energia de quase 43 joules embora no momento em que são exportadas estejam com apenas 12joules para efeitos legais no Reini Unido.
A marca é muito pequena e com uma história curta mas já me fartei de escrever, tantas são as características da marca.
Quem está a ler já se deve ter perguntado não sei quantas vezes quanto custa uma beleza desta. Então cá vai, os preços variavam, cada arma era construída apenas por uma pessoa, digamos que se trata de uma peça artesanal, logo nem todas tinham o mesmo tempo de produção levando a que os preços variassem entre as 2300 e 3000£, variavam também em função da madeira da coronha e do seu grain. hoje e porque estão descontinuadas valem aquilo que se estiver disposto a largar.
Vamos então para as fotos que não são poucas.


John Whiscombe



Desenho do mecanismo



Um monte delas só pra meter nojo








Até parece que está escangalhada




Uma JW75 com os seus 4 canos

JW75

Troca do transfer port

Os vários transfer ports

As ponteiras do sistema HOTS


Mais um mod.75 

sábado, 4 de março de 2017

História da Gamo

Como não podia deixar de ser, a Gamo o maior construtor mundial de armas de ar comprimido tinha forçosamente de constar neste blog na rubríca, história das marcas de armas de ar comprimido, obviamente que vou ficar pelas armas, algumas das armas, aquelas que são as mais emblemáticas ou que mais venderam.
Quem é que nunca teve uma ou mais que uma arma desta marca? 

A Gamo é uma marca espanhola que nasceu em 1955 com o nome Industrias El Gamo S.A. a partir de uma empresa familiar que já produzia produtos de alta qualidade derivados do chumbo desde 1889, a ACSA.
Em 1950 o seu fundador Antonio Casas Serra começa a produzir chumbos de elevada precisão para armas de ar comprimido e seis anos mais tarde surgem então as primeiras carabinas no mercado espanhol, a El Gamo tinha como linha orientadora produzir armas de ar comprimido de boa qualidade a preços acessíveis a todos e dessa forma expandir a pratica do tiro desportivo com ar comprimido em 1970 nem dez anos tinham passado e já a marca estava presente em quarenta paises.
Em 1995 a já Gamo assenta arraiais nos EUA no estado da Florida para desta forma comercializar a marca no apetecível mercado americano.
Em 2007 o grupo MCH Private Equity adquire 80% da Gamo com o objetivo de consolidar a marca e expandi-la.
Em 2013 a totalidade da maior marca mundial de chumbos e armas de ar comprimido é adquirida pela Bruckman Rosser Sherill & Co (BRS), um fundo de investimento com sede em Nova York. 

Gamo 68 Gamatic





A Gamo G1200, uma carabina que funciona com botijas de CO2 com carregador para cerca de uma dúzia de chumbos diábolo, produzida em 1992




El Gamo 600, igualzinha à minha primeira carabina


Gamo Hunter 440 o best seller da marca (a minha segunda)


Gamo Stutzen





Gamo CFX já com tecnologia IGT, ou seja a mola helicoidal é substituida por um piston de gás inerte 



Gamo Whisper Vampire

 Caçadora de vampiros silenciosa

Gamo G-Challenger a carabina de competição



Gamo compact a pistola de competição em papel a 10m

Gamo PT 80



E vou ficar apenas por algumas armas de ar comprimido porque este blog a isto se destina, no entanto não posso deixar de mensionar que neste momento a marca tem uma vastissima gama de acessórios dedicados a este desporto que vão desde os chumbos, passando pelos alvos em papel e não só, bancos de tiro, roupa e muitos outros acessórios.